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Dr. Daniel B. de Medeiros
Psiquiatra

Dra. Maristela R. de Medeiros
Psicóloga


Atendimento Psiquiátrico e Psicológico para Jaraguá do Sul e Região
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segunda-feira, 20 de junho de 2016



No senso comum as definições para ansiedade não são claras e muitas vezes confusas.  Popularmente se utilizam vários exemplos para tentar traduzir esses sentimentos, como não conseguir dormir (insônia), preocupação excessiva e até comer demais (sendo esse muito comum).

Para entender melhor o seu significado é preciso entender, primeiramente,  que ansiedade não traduz, necessariamente uma doença.  Ou seja, a ansiedade pode ser algo normal, presente na maioria dos animais e que poderia (grosseiramente) ser resumida na capacidade desses animais (inclusive nós mesmos) reagirem, defensivamente, frente a situações ambientais.
De um modo geral, a maioria dos animais se utiliza dessas reações primitivas de percepção do perigo para preservação da vida através do instinto de fuga e luta. 
O “cérebro reptiliano” assim chamado, formado por medula espinhal e porções basais do prosencéfalo é capaz de identificar situações de perigo.  É responsável por padrões de comportamento mais instintivos (sendo essa a característica predominante nos répteis) onde não existe o raciocínio lógico ou emoção.
Entre outras funções, essa porção do cérebro se assemelha a um sistema binário na identificação do perigo, resultando em mecanismos de fuga ou luta.  Essa porção “menos humanizada” do nosso sistema nervoso central não tem a capacidade de aprender com seus erros, não tem capacidade de sentir nem de pensar.  Sua função é apenar atuar.
É por isso que costumamos dizer que o medo é algo que pode ser irracional. 

Entendendo esse conceito inicial de ansiedade, podemos compreender a importância que esse mecanismo teve na preservação da nossa espécie.  Nos primórdios da humanidade o mundo era muito mais perigoso que hoje e era importante ter os seus “sensores de perigo” presentes e funcionantes.  Isso não deixava muito espaço para a racionalidade.

Com a evolução da nossa espécie, adquirimos novas funções cerebrais que foram assumidas pelo sistema límbico (emoções) e neocórtex (raciocínio).  Surgiu então algo que mudou totalmente o comportamento do homem como indivíduo, que foi a percepção de sua própria existência.  Talvez sejamos os únicos seres que desenvolveram a capacidade de reconhecimento de sua existência em uma “linha de tempo” com entendimento de passado, presente e futuro.
Gradualmente, o homem passou a viver num mundo menos selvagem onde sua posição na base de uma cadeia alimentar não era mais tão evidente.  Como predador e conquistador do ambiente, o perigo passou a se manifestar principalmente na capacidade de se manter alimentado e de não faltar alimentos.  O perigo passa, evolutivamente, a não ser algo tão “palpável” mas algo que poderá se manifestar futuramente.  Isso porque, como dito antes, o homem passa a ter percepção de sua própria existência e percepção de sua posição em uma “linha de tempo”.  Ao conseguir usar essas percepções ao seu favor, o homem passou a ter novas vantagens evolutivas.  Entendendo que os recursos eram limitados e poderiam acabar, o homem começou a se preocupar com armazenamento e criou técnicas de obtenção de recursos que culminaram no advento da agricultura e pecuária.  O homem deixou de ser coletor e caçador para gradualmente dominar o ambiente a sua volta.
Podemos entender que aquilo que motivou os homens a mudar de nômades (caçadores, coletores) para sedentários com possibilidade de prosperação, foi a percepção que a vida errante não era tão boa e a moradia fixa poderia oferecer vantagens.

Essa é a “parte boa” da ansiedade.  Quando percebemos que algo a nossa volta não está bom, somo motivados a tentar fazer algo novo, algo diferente do que vem sendo feito até o momento e que, para nós, não se mostra suficiente para alívio desse nosso desconforto.  Assim, um desconforto, uma percepção de um ambiente desfavorável, a identificação de “algo ruim” serve como base para a prosperidade.

Mas há, também, formas de manifestação da ansiedade que nos “paralisa” e que nos atrapalha, impedindo que tomemos decisões para melhorar nossas angústias.  É aqui que se identificam os “transtornos ansiosos”, ou a ansiedade traduzida como doença.  São esses transtornos ansiosos como o pânico, a ansiedade generalizada e as fobias que comumente são relatados como "ansiedade" de um modo geral pelas pessoas.

De um modo geral, então, é possível entender que nem toda a manifestação de ansiedade é algo ruim para nós e dependemos disso até mesmo para as nossas tomadas de decisões.  Entretanto, quando se apresenta de forma descontrolada, a ansiedade pode ser origem de estados patológicos, dando origem aos transtornos ansiosos.

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segunda-feira, 6 de junho de 2016


Mitos e verdades sobre antidepressivos

Apesar da comprovada eficácia dos antidepressivos, existe uma série de preocupações e suposições em torno de tema quem nem sempre se confirmam. Tire suas dúvidas.

1- Antidepressivos, ansiolíticos e tranquilizantes são nomes diferentes para as mesmas coisas.
Falso: No fim da década de 1950, a descoberta de drogas antidepressivas trouxe um avanço importante no tratamento e no entendimento de possíveis mecanismos subjacentes aos transtornos depressivos. Tornou a depressão um problema médico passível de tratamento, semelhante a outras doenças como o diabetes e a hipertensão arterial. Os antidepressivos são medicamentos com mecanismos de ação complexos utilizados para tratar quadros depressivos e uma gama de transtornos psiquiátricos.
Os ansiolíticos, popularmente chamados como tranquilizantes, são representados, a grosso modo, pelos medicamentos da classe dos benzodiazepínicos. O efeito ansiolítico dos benzodiazepínicos pode ser visto nas primeiras seis semanas de uso, sendo esse período de tratamento suficiente para até 50% dos pacientes.

2- Os antidepressivos viciam.
Falso: Quando as pessoas questionam se uma determinada medicação vicia, ela está interessada em saber se existe risco de dependência ao fazer uso regular daquele remédio. Segundo a Classificação Internacional das Doença (CID 10), a dependência é definida por um padrão mal-adaptado de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, de acordo com critérios bem definidos, entre eles:

1. Necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a intoxicação ou efeito desejado;
2. Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância;
3. A substância é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
4. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido;
5. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância;
6. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância ou na recuperação de seus efeitos;
7. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância;
8. O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância.
Os antidepressivos não estão associados a desenvolvimento de sintomas de dependência de substância, segundo os critérios da CID 10, exceto por sintomas de retirada que podem ocorrer e, portanto, a sua introdução, manutenção e retirada devem ser orientadas pelo médico. Essa preocupação, no entanto, é verdadeira para as medicações do grupo dos benzodiazepínicos (tranquilizantes).

3- Deixam as pessoas “dopadas”.
Falso: O avanço da pesquisa em psicofarmacologia de antidepressivos vem oferecendo aos pacientes substâncias com perfis farmacocinéticos, de tolerância e de interações com outras drogas bastante diferentes entre si. Verifica-se um esforço no sentido de aperfeiçoar cada vez mais a ação em sítios receptores determinantes da eficácia clínica, evitando aqueles responsáveis pelos efeitos colaterais.

4- Antidepressivos danificam o cérebro ou alteram a personalidade?
Falso: Os antidepressivos não influenciam de forma acentuada o organismo normal em seu estado basal, apenas corrigem condições anômalas (doenças). Em indivíduos sem pré disposição a estados patológicos do humor, não provocam efeitos estimulantes ou euforizantes.

5- São a única forma de tratamento para a depressão.
Falso: Existem tratamentos não farmacológicos para quadros depressivos, assim, quadros depressivos leves podem ser tratados com psicoterapia, enquanto quadros depressivos muito graves, com eletroconvulsoterapia, por exemplo.

6- Qualquer médico pode prescrever antidepressivos.
Verdadeiro: O código de ética médica, no seu capítulo segundo, discorrendo sobre os direitos do médico diz: é direito do médico indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente.


Adaptado do Texto Original de
Antonio Carlos Cruz Freire / CRM BA16992
Médico psiquiatra, professor de psiquiatria da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana), preceptor do Programa de Residência Médica do Hospital Juliano Moreira (HJM), diretor técnico do HJM e do Espaço Bom Viver, doutorando em Medicina e Saúde Humana pela Bahiana.
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Antidepressivos viciam?

Essa é uma dúvida muito freqüente na prática clínica diária. Muitos pacientes ficam temerosos em fazer uso de medicamentos antidepressivos por suspeitarem que podem ficar dependentes. Para eliminar essa dúvida é preciso primeiramente esclarecer que nem todos remédios utilizados para tratamento de transtornos mentais são antidepressivos. Dentre os medicamentos mais utilizados temos basicamente os ANTIDEPRESSIVOS, os ANSIOLÍTICOS, os ANTIPSICÓTICOS, e os ESTABILIZADORES de HUMOR. Os ansiolíticos (facilmente reconhecíveis por apresentarem uma faixa preta na caixa) são os medicamentos que podem causar dependência caso o uso seja feito de forma incorreta. Todos outros medicamentos citados não possuem a capacidade de deixar a pessoa “viciada”. Mesmo assim os ansiolíticos são medicamentos muito úteis para tratamento de diversas patologias. O que observamos é que em algumas ocasiões os pacientes ficam em dúvida sobre efeitos colaterais e possibilidade de causar ou não dependência. Assim, acabam usando as medicações prescritas de forma inadequada interrompendo o tratamento precocemente podendo causar cronicidade de sintomas. A melhor forma de resolver esse problema é através de um diálogo aberto com seu médico. Questione sempre e jamais saia de uma consulta com dúvidas.  E lembre-se: antidepressivos NÃO CAUSAM DEPENDÊNCIA!
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