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Verdades e Mitos sobre Antidepressivos

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Verdades e Mitos sobre Antidepressivos


Mitos e verdades sobre antidepressivos

Apesar da comprovada eficácia dos antidepressivos, existe uma série de preocupações e suposições em torno de tema quem nem sempre se confirmam. Tire suas dúvidas.

1- Antidepressivos, ansiolíticos e tranquilizantes são nomes diferentes para as mesmas coisas.
Falso: No fim da década de 1950, a descoberta de drogas antidepressivas trouxe um avanço importante no tratamento e no entendimento de possíveis mecanismos subjacentes aos transtornos depressivos. Tornou a depressão um problema médico passível de tratamento, semelhante a outras doenças como o diabetes e a hipertensão arterial. Os antidepressivos são medicamentos com mecanismos de ação complexos utilizados para tratar quadros depressivos e uma gama de transtornos psiquiátricos.
Os ansiolíticos, popularmente chamados como tranquilizantes, são representados, a grosso modo, pelos medicamentos da classe dos benzodiazepínicos. O efeito ansiolítico dos benzodiazepínicos pode ser visto nas primeiras seis semanas de uso, sendo esse período de tratamento suficiente para até 50% dos pacientes.

2- Os antidepressivos viciam.
Falso: Quando as pessoas questionam se uma determinada medicação vicia, ela está interessada em saber se existe risco de dependência ao fazer uso regular daquele remédio. Segundo a Classificação Internacional das Doença (CID 10), a dependência é definida por um padrão mal-adaptado de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, de acordo com critérios bem definidos, entre eles:

1. Necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a intoxicação ou efeito desejado;
2. Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância;
3. A substância é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
4. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido;
5. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância;
6. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância ou na recuperação de seus efeitos;
7. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância;
8. O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância.
Os antidepressivos não estão associados a desenvolvimento de sintomas de dependência de substância, segundo os critérios da CID 10, exceto por sintomas de retirada que podem ocorrer e, portanto, a sua introdução, manutenção e retirada devem ser orientadas pelo médico. Essa preocupação, no entanto, é verdadeira para as medicações do grupo dos benzodiazepínicos (tranquilizantes).

3- Deixam as pessoas “dopadas”.
Falso: O avanço da pesquisa em psicofarmacologia de antidepressivos vem oferecendo aos pacientes substâncias com perfis farmacocinéticos, de tolerância e de interações com outras drogas bastante diferentes entre si. Verifica-se um esforço no sentido de aperfeiçoar cada vez mais a ação em sítios receptores determinantes da eficácia clínica, evitando aqueles responsáveis pelos efeitos colaterais.

4- Antidepressivos danificam o cérebro ou alteram a personalidade?
Falso: Os antidepressivos não influenciam de forma acentuada o organismo normal em seu estado basal, apenas corrigem condições anômalas (doenças). Em indivíduos sem pré disposição a estados patológicos do humor, não provocam efeitos estimulantes ou euforizantes.

5- São a única forma de tratamento para a depressão.
Falso: Existem tratamentos não farmacológicos para quadros depressivos, assim, quadros depressivos leves podem ser tratados com psicoterapia, enquanto quadros depressivos muito graves, com eletroconvulsoterapia, por exemplo.

6- Qualquer médico pode prescrever antidepressivos.
Verdadeiro: O código de ética médica, no seu capítulo segundo, discorrendo sobre os direitos do médico diz: é direito do médico indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente.


Adaptado do Texto Original de
Antonio Carlos Cruz Freire / CRM BA16992
Médico psiquiatra, professor de psiquiatria da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana), preceptor do Programa de Residência Médica do Hospital Juliano Moreira (HJM), diretor técnico do HJM e do Espaço Bom Viver, doutorando em Medicina e Saúde Humana pela Bahiana.
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